Descumprindo promessas de campanha, Guilherme Gonçalves nomeia mais cargos comissionados para prefeitura de Ourinhos
- jornalfalaourinhos
- 21 de jan.
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O novo prefeito de Ourinhos, Guilherme Gonçalves (Podemos), prometeu durante a campanha eleitoral que um dos pilares da sua gestão seria o zelo com o dinheiro público e a redução de gastos da prefeitura com cargos comissionados e funções de confiança.
No entanto, só na semana passada, o novo prefeito designou 167 funcionários públicos para funções de confiança (efetivos que, ao assumirem funções de confiança, passam a receber gratificações), e nomeou 77 cargos comissionados, incluindo diretorias do Instituto de Previdência do Município de Ourinhos (IPMO).
Todo mês, são gastos pela prefeitura de Ourinhos mais de 1,3 milhão de reais para manter a atual estrutura de cargos. Segundo informações publicadas no Diário Oficial número 1.885, de 30 de agosto de 2024, em Ourinhos há cerca de 23 agentes políticos (prefeito, vice-prefeito e secretários/as), 128 cargos comissionados e 394 funções de confiança e gerência.
Os cargos comissionados e agentes políticos recebem salários entre R$4.284,00 e R$8.934,00. As funções de confiança e gerência, por sua vez, recebem valores entre R$750,00 e R$3.000,00. Os cargos da administração pública municipal e os valores de suas remunerações podem ser consultados na edição 1935 do diário oficial, de 17 de janeiro de 2025 (a partir da página 13).
Calcula-se um gasto com pessoal da ordem de 17 milhões por ano, sem contar os valores destinados ao pagamento de pessoas que são nomeadas para cargos nas empresas privadas e organizações sociais (terceirizadas) que prestam serviço à prefeitura, sendo nebulosos os dados sobre a quantidade de pessoas que ocupam cargos nomeados pelo prefeito nessas instituições e os valores exatos gastos com essas indicações.
Guilherme Gonçalves volta atrás e não dá sinais de que cumprirá a promessa de reduzir cargos
O Jornal Fala Ourinhos enviou um e-mail à comunicação da prefeitura, perguntando se, de acordo com a promessa de Guilherme divulgada durante a campanha eleitoral, seriam de fatos cortados cargos comissionados e funções de confiança e, caso sim, quais Secretarias/cargos seriam impactados por essa redução.
Até hoje, não tivemos qualquer retorno. Durante a campanha eleitoral, Guilherme Gonçalves frisou em diversos vídeos e comunicações públicas que, caso assumisse o mandato de prefeito, teria como uma de suas medidas prioritárias a redução de gastos e o enxugamento da máquina administrativa para, assim, economizar dinheiro e ampliar investimentos nos serviços públicos que beneficiam toda a população, como saúde, por exemplo. “Abriremos concurso público e diminuiremos os cargos comissionados e as funções de confiança”, afirmava o tempo todo o candidato Guilherme Gonçalves durante a campanha. Porém, ao assumir a prefeitura, parece ter se esquecido ou se arrependido desse discurso, à medida que vem adotando posturas totalmente diversas às promessas realizadas.
Malukinho é nomeado para cargo comissionado e função que receberá gratificação
Roldson Rafael dos Santos Braz, conhecido como Malukinho Coletor, ex-candidato a vereador pelo Podemos, que teve a candidatura impugnada nas últimas eleições, um dos maiores aliado de Guilherme Gonçalves e ex-apoiador do ex-prefeito Lucas Pocay, está entre os nomes indicados pelo atual prefeito para ocupar cargo comissionado.
Malukinho foi nomeado para o cargo comissionado de Gerente de Conteúdo e Comunicação Digital. E, na qualidade de funcionário público que desempenhava como manutencista municipal, Malukinho também foi indicado para atuar como agente de licitação, função pela qual receberá gratificação.
As indicações surpreenderam a população, tendo em vista que Malukinho já foi condenado a três meses de detenção por violência doméstica. Com suas nomeações, Guilherme contraria a lei que ele mesmo apresentou à Câmara, o Projeto de Lei número 77/2021, que dispõe sobre a proibição de nomeações de cargos comissionados ou de funções de confiança para condenados por violência contra a mulher em âmbito municipal.
De todo o visto, fica nítido que uma coisa é o discurso durante a campanha para conquistar votos, outra coisa bem diferente é o exercício do mandato, com os acordos e trocas de favores que estão por trás. Seguiremos de olho!
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