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Ourinhos: Resumo dos 100 primeiros dias de governo de Guilherme Gonçalves

  • jornalfalaourinhos
  • 22 de abr.
  • 6 min de leitura

Completando-se 100 dias de governo de Guilherme Gonçalves à frente da prefeitura de Ourinhos, o Jornal Fala Ourinhos apresenta um resumo com 5 pontos que definem o início de uma gestão marcada por falta de rumo e pela continuidade de velhas práticas políticas na cidade


Ourinhos: Resumo dos 100 primeiros dias de governo de Guilherme Gonçalves


A seguir, apresentamos, em cinco pontos, um resumo dos 100 primeiros dias da gestão Guilherme Gonçalves (Podemos) na Prefeitura de Ourinhos.


1 - Renovação zero e dança das cadeiras


Em menos de 100 dias de governo, a composição da equipe comandada por Guilherme Gonçalves se converteu em uma verdadeira dança das cadeiras, com muitas mudanças de secretários e pedidos de exoneração. Seis Secretarias tiveram mudanças de secretários no período. A ex-secretária da Assistência Social, Flávia Hretsiuk, pediu exoneração da chefia da pasta para assumir cargos efetivos na Educação Municipal; e Carmen Machado, servidora municipal concursada da Educação, conhecida como Carminha, foi demitida do cargo de Secretária Municipal da Educação, gerando reclamações de professores e profissionais da educação municipal.


As duas foram substituídas por dois homens. A pasta da Assistência Social foi assumida por Ronaldo Cachoni Zanchetta, conhecido como Ronaldo Instrutor, que fez parte da gestão de Lucas Pocay, ex-prefeito de Ourinhos, enquanto a Secretaria de Educação passou a ser liderada pelo professor Rodrigo Mendes.


Além da Educação e da Assistência Social, sofreram mudanças a Secretaria de Cultura (pediu para sair Maikon Zambido, e entrou em seu lugar como secretário Jeferson Luís Bento); a Secretaria de Finanças (o contador Leandro Moraes pediu exoneração e, em seu lugar, entrou como secretário da pasta Jefferson Vilemor Oliveira Cândido, funcionário concursado e ex-servidor da SAE); na Secretaria de Esportes, o ex-vereador Latinha pediu para sair do cargo de secretário, e entrou em seu lugar Danilo Ferreira de Lima, ex-secretário da mesma pasta na gestão de Lucas Pocay); e, mais recentemente, pediu exoneração da Secretaria de Governo, Álvaro Costa Vieira, conhecido como Kaká, o ex-secretário da pasta, que era do município de Ferraz de Vasconcelos (SP) e ligado ao deputado federal Rodrigo Gambale (Podemos).


Embora durante a campanha eleitoral Guilherme tivesse prometido que indicaria para cargos comissionados de sua gestão apenas pessoas de Ourinhos, além de Kaká, outros dois Secretários nomeados pelo prefeito são de fora da cidade: Diego Singolani (Saúde), de Santa Cruz do Rio Pardo (SP), e Alexande Espíndola Cardoso Ledo (Segurança Pública), de Marília (SP).


2 - Na Saúde, pouco projeto e muita demagogia


O que se observa na Saúde, que era apontada por Guilherme Gonçalves durante a campanha eleitoral como prioridade, é a apropriação de melhorias conquistadas por ação do governo federal, a exemplo de três novas ambulâncias que foram destinadas à cidade recentemente.


Por outro lado, o prefeito publicou vídeos em suas redes sociais para exaltar a criação do "prefeituber", ou seja, a suposta disponibilização do carro oficial do prefeito para transportar pacientes atendidos na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), como se isso resolvesse os problemas do atendimento deficitário no local.


Outro destaque na área da Saúde, segundo o próprio prefeito, foi o cancelamento da festa municipal de Carnaval para utilizar os recursos que seriam gastos com a celebração, na realização de cirurgias eletivas. No entanto, não foram apresentados dados concretos sobre o número de cirurgias realizadas e munícipes atendidos em consequência da medida. Enquanto isso, continua a fila imensa para realização de exames e cirurgias eletivas, e o atendimento à saúde só piora na cidade. Em meio a uma epidemia de dengue que levou a seis mortes confirmadas, as terceirizações e precarizações na Saúde continuam. A prefeitura renovou contratos sem licitação com a organização social Abedesc e a Fundação da Santa Casa, e continua sem fiscalizar os serviços delegados a essas entidades.


A única mudança boa do período para a Saúde, com a assinatura do novo prefeito, foi a criação da farmácia da UPA. Porém, a medida é limitada, pois o que garantiria de fato a chegada dos medicamentos a quem mais precisa seria sua distribuição descentralizada e em quantidade e diversidade de remédios suficientes, por todos os postos de saúde.


3 - Continuidade e apropriação de obras iniciadas ou inauguradas na gestão passada


Casa da Mulher Paulista, reforma do Centro Cultural Tom Jobim e posto de saúde do Helena Braz Vendramini são alguns dos exemplos de obras ou licitações de empreendimentos inauguradas ou iniciadas na gestão do ex-prefeito Lucas Pocay, porém apropriadas por Guilherme Gonçalves.


Em relação à Casa da Mulher Paulista, que foi recentemente reinaugurada, porém havia sido lançada ao final da gestão Pocay, Guilherme Gonçalves chegou a retirar a placa de inauguração colocada pela gestão anterior, e a substituiu por uma nova, para que pudesse levar todo o crédito pela obra. O dinheiro para pagar por uma nova placa, um novo evento de inauguração e um mero capricho do atual gestor, saiu dos bolsos dos contribuintes, ou seja, dos cidadãos do município.


Além de usurpador de obra alheia, o atual governo mostra pouca criatividade e nenhum avanço no quesito zeladoria e limpeza urbanas: seguem as reclamações de munícipes sobre ruas esburacadas e mato alto nas guias das calçadas e em terrenos e praças mal conservados. São problemas visíveis, especialmente, nos bairros mais afastados.


4 - Meio ambiente e qualidade da água continuam não sendo prioridades


Com relação a políticas para o Meio Ambiente, o atual prefeito tem destacado a criação de ecobarreiras para evitar a chegada do lixo que é descartado nos córregos que cruzam a cidade, aos rios nos quais esses afluentes desaguam. Também criou medidas repressivas para tentar conter o descarte ilegal de lixo e entulhos em terrenos baldios, com a instalação de custosas câmeras de vigilância. Muito tem falado também o gestor sobre um suposto sistema inovador que estaria instalando por toda a cidade para facilitar a limpeza de bueiros e evitar inundações. Porém, até agora, não há dados e fatos concretos que apresentem à população o alcance e real benefício da medida.


Com relação à educação ambiental e ao combate à dengue, com exceção de palestras sobre o tema nas escolas municipais, não se viu nenhuma campanha, projeto ou ação concreta de educação ambiental no sentido de orientar a população em geral sobre os benefícios da reciclagem e sobre como descartar corretamente entulhos no ecoponto inaugurado ao final da gestão anterior. Além disso, os lagos e córregos da cidade seguem mal cuidados e recebendo esgoto. E as podas drásticas de árvores, prática tão criticada na gestão anterior, segue vigente no governo atual.


Sobre a concessionária Ourinhos Saneamento, que assumiu o tratamento e fornecimento de água no lugar da antiga SAE, nenhuma ação da prefeitura foi vista para cobrar e fiscalizar o trabalho realizado pela empresa, que tem sido alvo de muitas reclamações dos munícipes, especialmente pelo aumento abusivo da conta de água. Do mesmo modo, nenhuma ação da prefeitura é vista para cobrar da concessionária o tratamento correto do esgoto da cidade, que continua sendo lançado em córregos e rios, e menos ainda se fala sobre a responsabilidade da Ourinhos Saneamento e da prefeitura em preservar as nascentes e as matas ciliares do município.


5 - Zelo com o dinheiro público? O que se vê: demagogia e inchaço de cargos comissionados e funções de confiança


Guilherme Gonçalves, que chegou a determinar a suspensão de todos os pagamentos da prefeitura no início de seu mandato, tem alardeado que a gestão anterior deixou o município "quebrado" (segundo o atual prefeito, o município só não se encontra em déficit devido à venda da SAE), e esse contexto implicará na necessidade de cortar gastos.


Guilherme tem reforçado que sua equipe está revisando todos os contratos da prefeitura, e está implementando um amplo programa de corte de gastos. Porém, durante os 100 primeiros dias de mandato, não chegou a apresentar de forma clara e concreta à população quais contratos foram revistos, quais gastos de fato foram cortados, e qual o real impacto dessas medidas para o orçamento e os serviços públicos municipais. Durante a campanha eleitoral, Guilherme Gonçalves prometeu reduzir cargos comissionados, abrir concursos públicos e valorizar o funcionalismo público e de carreira de Ourinhos. Porém, manteve a prática da gestão passada, de fazer uso politiqueiro de inúmeras nomeações para cargos comissionados e funções de confiança, enquanto ofereceu reajuste salarial para os funcionários públicos concursados, inclusive professores, aquém do valor demandado por esses profissionais, e abaixo da inflação!


Por outro lado, o prefeito anunciou a realização de cinco dias de FAPI (Feira Agropecuária e Industrial de Ourinhos) em 2025, evento caro que pouco retorno financeiro tem trazido ao município. Será que num momento de fragilidade econômica que exige, segundo o prefeito, austeridade e enxugamento de gastos, é justificável manter a realização dessa festa?



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